Giardíase é uma doença provocada pelo protozoário flagelado do gênero Giárdia. Este protozoário é um parasita que se apresenta em duas formas distintas, em cisto e trofozoíto. Ambas podem ser eliminadas nas fezes do hospedeiro que no caso será o homem ou o animal (ave). As espécies observadas no homem e aves são Giardia lamblia, Giardia duodenalis, Giardia intestinalis ou Giardia entérica. Sua incidência é predominante em animais e pessoas que vivem em ambientes com condições sanitárias inadequadas.
O intervalo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas da giardíase costuma ser de duas semanas, mas podem durar vários meses (período de incubação). Os animais e humanos podem apresentar um quadro com infecção, porém sem sintomas, ou seja, a Giardia sp. pode permanecer um longo período sem causar manifestação clínica, nesse caso o animal parasitado é denominado de portador assintomático, sendo considerado como um reservatório do protozoário, sendo sete um grande problema de saúde pública.
O ciclo de vida deste protozoário é composto por dois estágios: trofozoíto e cisto. A forma infectante para homens e animais é o cisto, que é de forma direta por meio da ingestão de água e alimentos contaminados, são ativados pela passagem do meio ácido do estômago, transformando-se em trofozoítos ativos no intestino. Após a ingestão do cisto, a Giardia sp., no intestino delgado, se transforma na forma trofozoíto, tornando-se organismos flagelados que medem apenas 15 micrômetros (0,015 milímetros). Os trofozoítos habitam e multiplica-se por divisão binária junto à mucosa intestinal, principalmente no duodeno, se alimentado do bolo alimentar ingerido pelo hospedeiro, lembrando que a gravidade da doença está proporcional ao número de parasitos presentes no individuo parasitado. Eles produzem algumas toxinas, e a sua multiplicação provoca inflamação do intestino. Quando o parasita chega ao intestino grosso, ele volta à forma de cisto, pois este é o único meio de sobreviver no meio ambiente após a sua eliminação nas fezes. O cisto é uma forma resistente do protozoário, onde no ambiente externo ele consegue sobreviver em condições extremas com a presença de matéria orgânica ou na água gelada, devida a sua espessa camada.
As aves criadas em cativeiro que são mais acometidas são os psitacídeos, onde os seus maiores surtos estão correlacionados aos filhotes e idosos, deixando-os debilitados acarretando uma maior mortalidade. A Giardia sp. parasita as paredes do intestino delgado, onde consequentemente irá prejudicar na absorção dos alimentos (nutrientes), como perda de gordura, vitaminas e nutrientes, ocasionando uma grave diarréia (esteatorréia – fezes gordurosa) e consequentemente perda de peso expressiva, podendo levar a morte.
Além de alterações cutâneas como pele seca, penas mal assentadas, apatia e bicamento de penas (automutilação). Os sinais clínicos presentes na ave sintomática são fezes com aspecto mucóide, com mau odor (fétidas), anorexia, desidratação e morte em alguns casos mais avançados. No caso dos humanos, as manifestações clínicas variam, mas aqueles que são observados mais frequentemente são: evacuações líquidas ou pastosas, número aumentado de evacuações, mal estar, cólicas abdominais e perda de peso (peito seco). Onde requer maior cuidado nas crianças e idosos onde a imunidade ainda é baixa, e nos adultos imunosuprimidos.